A "morte" do ego por esta técnica, "colocar sapos vivos na boca" (sugestão daquele que "inspirou" a criação da CM - Spare) são uma demonstração de que temos que ter discernimento, bom senso e inteligência pra lidar com Magia do Caos.
A morte do ego não consiste em fazer tudo ao contrário. Esta é uma visão pueril sobre a complexidade desta empreitada.
Trecho do livro Salt Magick de SatAnanda:
Acredito que todo magista deva pensar em magick como um complemento ou extensão de suas peculiaridades e temperamento. Não é inteligente impor uma abordagem que seja distinta da natureza do magista. Forçar algo que vai trazer incômodo e eventual perda da naturalidade e fluidez.
É por este motivo que não indico e não uso nenhum tipo de droga, lícita ou ilícita. Não digo que nunca bebo ou nunca fumo. Posso fazer isso algumas vezes por ano, em ocasiões especiais. Mas beber e fumar não são hábitos. Nunca sacrifiquei ou feri animais em magia. Tenho seguido, há muitos anos a dieta vegetariana, exatamente por compaixão aos animais. Não faria sentido matá-los ou feri-los em magia. Sou um homem que gosta de mulheres e não sou adepto da promiscuidade. Por este motivo, tenho algumas ressalvas quanto a magia sexual em grupo. Se não sou atraído sexualmente por homens, porque vou dar a bunda pra fazer magia? Se pratico meditações purificadoras regularmente, porque vou ficar enfiando meu pinto em qualquer uma por aí?
Quanto ao ataque a outras pessoas, amarrações do amor e coisas do gênero, tenho comigo que, a partir do momento em que faço uma magick para um inimigo, estou conferindo um “valor” a ele. Principalmente porque, para que uma magick atue, é necessária a ocorrência dos atos mágickos em uma relação extra dimensional em que objeto e agente devem se correlacionar. Com base neste ponto, estou criando no universo de probabilidades o sucesso do empreendimento ou o fracasso. Em resumo, posso prejudicá-lo ou não.
Posso minar suas forças, mas ao mesmo tempo, interferir para que ele ative-as. Chega-se à conclusão que o magista estará, inevitavelmente, atribuindo poder ao objeto. Não é uma atitude sensata dar poder ao seu inimigo, aliás, não é uma atitude sensata ter inimigos. O mesmo ocorre com as amarrações e feitiços para atrair o amor de uma pessoa específica. Partindo da conclusão lógica de que se o magista já está sob forte influência da pessoa desejada, a ponto de fazer um ritual para que ela se aproxime, o próprio ato mágicko aumentará ainda mais esta influência. Isso só pode resultar no enfraquecimento do magista que passará então a ser subjugado por uma pessoa que, muitas vezes só terá alguns atributos físicos a lhe oferecer. Ao utilizar seu espectro psíquico em intentos mágickos de dominação de terceiros, o magista cria uma armadilha para si próprio, onde este espectro psíquico pode escravizá-lo e prendê-lo ao seu objeto de desejo a ponto de criar uma relação auto-obsessiva.
É por este motivo que não indico e não uso nenhum tipo de droga, lícita ou ilícita. Não digo que nunca bebo ou nunca fumo. Posso fazer isso algumas vezes por ano, em ocasiões especiais. Mas beber e fumar não são hábitos. Nunca sacrifiquei ou feri animais em magia. Tenho seguido, há muitos anos a dieta vegetariana, exatamente por compaixão aos animais. Não faria sentido matá-los ou feri-los em magia. Sou um homem que gosta de mulheres e não sou adepto da promiscuidade. Por este motivo, tenho algumas ressalvas quanto a magia sexual em grupo. Se não sou atraído sexualmente por homens, porque vou dar a bunda pra fazer magia? Se pratico meditações purificadoras regularmente, porque vou ficar enfiando meu pinto em qualquer uma por aí?
Quanto ao ataque a outras pessoas, amarrações do amor e coisas do gênero, tenho comigo que, a partir do momento em que faço uma magick para um inimigo, estou conferindo um “valor” a ele. Principalmente porque, para que uma magick atue, é necessária a ocorrência dos atos mágickos em uma relação extra dimensional em que objeto e agente devem se correlacionar. Com base neste ponto, estou criando no universo de probabilidades o sucesso do empreendimento ou o fracasso. Em resumo, posso prejudicá-lo ou não.
Posso minar suas forças, mas ao mesmo tempo, interferir para que ele ative-as. Chega-se à conclusão que o magista estará, inevitavelmente, atribuindo poder ao objeto. Não é uma atitude sensata dar poder ao seu inimigo, aliás, não é uma atitude sensata ter inimigos. O mesmo ocorre com as amarrações e feitiços para atrair o amor de uma pessoa específica. Partindo da conclusão lógica de que se o magista já está sob forte influência da pessoa desejada, a ponto de fazer um ritual para que ela se aproxime, o próprio ato mágicko aumentará ainda mais esta influência. Isso só pode resultar no enfraquecimento do magista que passará então a ser subjugado por uma pessoa que, muitas vezes só terá alguns atributos físicos a lhe oferecer. Ao utilizar seu espectro psíquico em intentos mágickos de dominação de terceiros, o magista cria uma armadilha para si próprio, onde este espectro psíquico pode escravizá-lo e prendê-lo ao seu objeto de desejo a ponto de criar uma relação auto-obsessiva.
5 comentários:
Não creio que as técnicas que vc citou tenham o objetivo de "matar o ego" e sim de ensinar-lhe novas formas de interpretar a realidade. Essa mudança agressiva de paradigmas tb só deve ser tentada por magistas que já compreendem intelectuamente a natureza do despertar mas não conseguem atingir a realização devido à uma resistência física/química e psicológica que tende a se apegar a padrões temporais e culturais localizados.
As técnicas citadas são as mais divulgadas e conhecidas. Há outras. Eu acredito que esta "compreensão intelectual" a que refere, em contraponto com a "resistência física/química e psicológica" não pode ter como único antídoto a "mudança agressiva de paradigmas". Tal experiência nunca teve sua eficácia comprovada e nada aponta para tal. Os estudos psicológicos indicam exatamente o contrário: a "pulverização" da personalidade sempre acarretará em uma volta ou realinhamento, nem que seja (retrógrado) ao ponto de partida(se o agente permanecer vivo). Neste sentido não parece inteligente destruir todas as peças que depois irá necessariamente precisar para remontar o aparelho.
Sendo que, pela própria natureza humana, tal fato é impossível, partindo do princípio que somos frutos da evolução de nossa consciência. (Obrigado pela contribuição)
Sat - (Eu acredito que esta "compreensão intelectual" a que refere, em contraponto com a "resistência física/química e psicológica" não pode ter como único antídoto a "mudança agressiva de paradigmas". Tal experiência nunca teve sua eficácia comprovada e nada aponta para tal.)
Oz - Eu não disse em nenhum momento que o único antídoto para vencer a resistência psicológica é a mudança agressiva de paradigma! Existem inúmeras formas e o mais saudável é que essa mudança seja gradual, porém quando todo o resto falha e quando o magista já alcançou um grau de domínio de seu próprio corpo e mente, um dos recursos ao qual ele pode recorrer são justamente essas técnicas que vc faz questão de criticar no seu ensaio.
Existem inúmeros exemplos de práticas semelhantes nas escolas Hindus da índia e no Tcha'n do budismo chinês.
Eu tb não disse que se deve "pulverizar" a personalidade! Volto a repetir, não creio que essas técnicas tenham o objetivo de matar o ego e sim ensinar-lhe novas formas de interpretar a realidade.
Não se trata de destruir, mas de agregar novos valores e adquirir maior flexibilidade, de desenvolver a habilidade de experienciar a vida tanto de forma objetiva quanto subjetiva.
Quanto a parte que diz que somos "frutos da evolução de nossas consciências", acho que é justamente o contrário, somos o fruto da nossa falta de consciência. Se vc for capaz de refletir a fundo sobre a questão perceberá que não existe evolução nem regressão a unica coisa que existe é a transitoriedade constante.
Dholkey!
Minha forma resumida de entendimento se processa unicamente na busca da consciência.
Sem ela, nunca sairemos do "sono".
Muito bom, concordo com as informações que você dispôs ^^
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